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R7 Brasília

Investigada por fraudes no INSS fez 33 viagens para Dubai, Paris e Lisboa em 2024

Cecília Mota é apontada como presidente de fachada de diversas entidades que teriam se beneficiado do esquema

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Cecília Mota é apontada como presidente de fachada de entidades que teriam se beneficiado do esquema Reprodução/CRM Advogados/Arquivo

A advogada e servidora pública aposentada Cecília Rodrigues Mota é apontada pela PF (Polícia Federal) como uma das envolvidas no suposto esquema de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Segundo as investigações, ela realizou 33 viagens internacionais, entre janeiro e novembro de 2024, a destinos como Dubai, Paris e Lisboa.

Entre os acompanhantes, havia pessoas que teriam recebido recursos de empresas ligadas a Cecília. Em um dos casos, um dos suspeitos chegou a viajar 15 vezes para Lisboa, em Portugal. O R7 entrou em contato com a advogada e aguarda resposta. O espaço segue aberto.

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Em outro episódio, uma mulher que se apresentou como faxineira viajou para Dubai e recebeu mais de R$ 353 mil de uma empresa também vinculada à advogada. “Nesse contexto, reforçam-se as evidências de conexão entre os operadores financeiros do esquema investigado e as viagens por eles realizadas”, aponta o documento da PF.

Para a corporação, Cecília atuou como presidente, de forma simultânea, em duas associações investigadas entre março de 2017 e fevereiro de 2020. Ainda conforme a PF, há indícios de que pessoas físicas e jurídicas ligadas a ela receberam R$ 14 milhões dessas entidades associativas e de empresas intermediárias a elas relacionadas.


Movimentações suspeitas

As investigações também apontaram movimentações financeiras suspeitas em empresas ligadas à advogada. “Observa-se que seu comportamento transacional é caracterizado pela rápida entrada e saída de recursos, demonstrando pressa na evasão dos valores recebidos, deixando saldo irrisório nas contas em comparação com o volume financeiro movimentado no período”, aponta o relatório.

Entenda

A operação da PF e da CGU foi deflagrada na última terça (22) e cumpriu 211 mandados judiciais, incluindo ordens de busca e apreensão, sequestro de bens, avaliados em mais de R$ 1 bilhão, e seis mandados de prisão temporária. As investigações apuram um esquema nacional de cobranças indevidas em benefícios do INSS.


Conforme as apurações, aposentados e pensionistas foram alvo de descontos não autorizados de mensalidades associativas, aplicados diretamente sobre os valores de aposentadorias e pensões. O prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões, acumulados entre os anos de 2019 e 2024. Ao menos 11 entidades são suspeitas.

Ainda não se sabe quanto desse valor foi indevidamente descontado e quanto tinha autorização dos beneficiários.


Os investigados poderão responder por corrupção ativa e iva, violação de sigilo funcional, falsificação de documentos, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A apuração das autoridades levou à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao afastamento de servidores.

Dois dias depois da operação, representantes do INSS e da CGU informaram a suspensão dos descontos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas por convênios com entidades, como associações e sindicatos. A pausa é por tempo indeterminado, até a conclusão da análise de cada acordo, para a identificação dos descontos irregulares.

Segundo o ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, para reorganizar o sistema de desconto e torná-lo mais rígido e seguro, é necessária a suspensão de todos os acordos de cooperação técnica vigentes, celebrados pelo INSS com entidades nos últimos anos.

“O governo vai ressarcir o que foi descontado irregularmente. Isso estará em um plano que será apresentado em breve”, declarou Carvalho.

O ministro não informou, no entanto, quando nem como esse ressarcimento será feito. Segundo Carvalho, o governo federal elabora um plano para identificar os descontos fraudados e permitir as devoluções.

O planejamento, que deve ser apresentado “em breve”, como afirmou o ministro, vai detalhar o total dos valores que serão ressarcidos e o formato das reposições.

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