RS registra primeiro caso de gripe aviária e governo federal declara emergência zoossanitária
Estado de emergência é válido por 60 dias; caso foi confirmado nesta sexta-feira
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

O Rio Grande do Sul registrou o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial do Brasil nesta sexta-feira (16). Após a confirmação do caso, o governo federal decretou estado de emergência zoossanitária. A medida é válida para o município de Montenegro por 60 dias e foi publicada no Diário Oficial da União.
Segundo a portaria, o estado de emergência abrange a área de 10 km “ao redor do estabelecimento de aves comerciais onde foi detectada a ocorrência da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade”. Aves restantes do local foram eliminadas, segundo Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul.
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A portaria do DOU reforça que a abrangência da área de emergência pode ser alterada “de acordo com a evolução das investigações epidemiológicas e dos trabalhos de vigilância zoosanitária em execução”.
Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária reforçou que esse é o primeiro caso detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil.
“Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa. O Mapa alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, explicou.
Segundo a pasta, as medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e “visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população”.
“O Mapa também está realizando a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil. O Serviço Veterinário brasileiro vem sendo treinado e equipado para o enfrentamento dessa doença desde a primeira década dos anos 2000″, garantiu.
O Ministério afirmou que nos últimos anos para prevenir a entrada da doença no país, “várias ações vêm sendo adotadas, como o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil”.
“Tais medidas foram cruciais e se mostraram efetivas e eficientes para postergar a entrada da enfermidade na avicultura comercial brasileira ao longo desses quase 20 anos”, disse.
O que diz a Secretaria de Agricultura?
Em nota, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul explicou que recebeu a suspeita de gripe aviária no dia 12 de maio, em um estabelecimento avícola de reprodução, em Montenegro. Segundo a pasta, as amostras foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), que “confirmou o diagnóstico de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) nesta sexta-feira (16/5)”.
“Com a confirmação do foco, o Serviço Veterinário Oficial do RS (SVO-RS) desencadeou as ações previstas no Plano Nacional de Contingência de Influenza Aviária, com isolamento da área em Montenegro e eliminação das aves restantes, para que seja iniciado o protocolo de saneamento da granja. Será conduzida investigação complementar em raio inicial de 10 km da área de ocorrência do foco, e de possíveis vínculos com outras propriedades. A mortalidade de aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, que está fechado para visitação, também foi atendida e a Seapi aguarda o resultado do sequenciamento”, diz.
A secretaria explica que o consumo de carne de aves e ovos armazenados em casa ou em pontos de venda é seguro, “já que a doença não é transmitida por meio do consumo”. “A população pode se manter segura, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, afirma.
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