Banco Central sobe taxa de juros para 14,75% ao ano, maior valor desde 2006
Decisão veio alinhada às expectativas do mercado financeiro, que projetava a elevação dos juros
Economia|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

De forma unânime, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (7) aumentar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006.
A alta é a sexta consecutiva desde setembro do ano ado. A decisão veio alinhada às expectativas do mercado financeiro, que projetava a elevação dos juros.
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Segundo o Copom, o atual cenário econômico “segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”.
“Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta”, justificou o comitê ao anunciar a alta da Selic.
O Copom também citou as incertezas sobre o futuro da economia dos Estados Unidos como motivo para aumentar os juros.
“O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária.“
Copom não descarta nova alta da Selic
Diante de um cenário de elevada incerteza, o Copom adotou um tom cauteloso em seu comunicado, sem antecipar movimentos específicos para a próxima reunião, que acontece nos dias 17 e 18 de junho.
O comitê indicou que manterá vigilância sobre os dados econômicos e que qualquer decisão sobre a taxa Selic dependerá da evolução da inflação, especialmente de seus componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária.
Com isso, o Copom sinaliza que uma nova alta de juros não está descartada, mas será considerada apenas se os próximos indicadores justificarem essa medida.
“O Comitê se manterá vigilante e a calibragem do aperto monetário apropriado seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação à meta no horizonte relevante e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”
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