Adolescente iraniana está em coma após ser agredida por não usar véu, denuncia ONG
Câmera de segurança de uma estação do metrô filmou quando a jovem, de 16 anos, foi carregada, desacordada, de um vagão
Internacional|Do R7, com Reuters
A jovem iraniana Armita Geravand, de 16 anos, está em coma, em estado crítico no hospital, após ter sido agredida em Teerã por violar as regras de uso do hijab, o véu usado pelas melhores islâmicas. O caso foi denunciado por ativistas de direitos humanos do grupo Hengaw, nesta quarta-feira (4).
A agressão teria sido cometida pela polícia da moralidade que atua no Irã para aplicar o código de vestimenta vigente no país.
Imagens de câmeras de segurança de uma estação de metrô mostraram Armita sem o hijab, acompanhada de duas amigas e caminhando pela plataforma. Depois que elas entram no vagão, uma das meninas é vista recuando, e Armita cai no chão.
O trem permanece parado por mais alguns segundos, e até o maquinista acompanha a movimentação. Na sequência, a adolescente aparece carregada pelos braços e pelas pernas, já desacordada.
"Estamos acompanhando o caso dela de perto. Ela está em coma na Unidade de Terapia Intensiva do hospital, e sua condição é crítica", disse um ativista.
Segundo informações divulgadas pela agência Reuters, as autoridades locais negam que a adolescente foi hospitalizada por ter sido agredida por agentes de segurança.
Em um vídeo publicado pela agência de notícias estatal IRNA, os pais de Armita afirmam que a filha teve uma queda de pressão arterial, perdeu o equilíbrio e bateu a cabeça.
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Segundo os ativistas, as forças de segurança iranianas proibiram a família da jovem de publicar a fotos dela nas redes sociais e de falar sobre o assunto com ONGs e com a imprensa internacional.
Grupos de direitos humanos nas redes sociais apelaram às autoridades para que publiquem as imagens do interior da cabana, alegando que a declaração dos seus pais foi feita sob coação.
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Em 13 de setembro de 2022, a jovem iraniana Mahsa Amini, que veio a se tornar símbolo da resistência contra a violação dos direitos das mulheres, foi detida pela polícia da moralidade, sob a acusação de infringir o código de vestimenta feminino ao deix...
Em 13 de setembro de 2022, a jovem iraniana Mahsa Amini, que veio a se tornar símbolo da resistência contra a violação dos direitos das mulheres, foi detida pela polícia da moralidade, sob a acusação de infringir o código de vestimenta feminino ao deixar uma mecha de cabelo à mostra. Mahsa entrou em coma e morreu três dias depois do ocorrido no hospital. O Irã afirmou que a jovem morreu devido a uma doença, mas a família da vítima afirma que ela era perfeitamente saudável e teria morrido após ter sido espancada