Irã condena mais três pessoas à morte por relação com protestos
Número de condenados à pena capital chega a 17, e quatro execuções já foram realizadas pelo governo iraniano
Internacional|Do R7

A Justiça iraniana condenou mais três pessoas à morte por envolvimento nos protestos pela morte da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, sob custódia policial — anunciou a agência de notícias do Poder Judiciário, a Mizan Online, nesta segunda-feira (9).
Segundo a Mizan Online, Saleh Mirhashemi, Majid Kazemi e Saeed Yaghoubi foram acusados de estar envolvidos na morte de três membros das forças de segurança durante as manifestações. Eles foram considerados culpados de "moharabeh" ("guerra contra Deus"), disse a Mizan Online.
No mesmo processo, outras duas pessoas foram condenadas a penas de prisão pela morte de três membros das forças de segurança na província de Isfahan, na região central do Irã, em 16 de novembro de 2022, acrescentou a mesma fonte.
Entre eles, está o jogador de futebol Amir Nasr-Azadani, de 26 anos, que joga no time local.
Todas as sentenças anunciadas nesta segunda-feira podem ser objeto de recurso perante o Supremo Tribunal, acrescentou a Mizan Online.
Com isso, chega a 17 o número de condenados à pena capital em relação às multitudinárias manifestações no país, conforme contagem feita pela AFP com base em comunicados oficiais.
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Quatro foram executados, e dois tiveram suas sentenças confirmadas pela Suprema Corte. Os demais aguardam julgamento, ou ainda podem recorrer.
As autoridades classificaram os protestos como "distúrbios", afirmando que são estimulados por países e organizações hostis ao Irã.
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Em 13 de setembro de 2022, a jovem iraniana Mahsa Amini, que veio a se tornar símbolo da resistência contra a violação dos direitos das mulheres, foi detida pela polícia da moralidade, sob a acusação de infringir o código de vestimenta feminino ao deix...
Em 13 de setembro de 2022, a jovem iraniana Mahsa Amini, que veio a se tornar símbolo da resistência contra a violação dos direitos das mulheres, foi detida pela polícia da moralidade, sob a acusação de infringir o código de vestimenta feminino ao deixar uma mecha de cabelo à mostra. Mahsa entrou em coma e morreu três dias depois do ocorrido no hospital. O Irã afirmou que a jovem morreu devido a uma doença, mas a família da vítima afirma que ela era perfeitamente saudável e teria morrido após ter sido espancada