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Tarifaço promovido por Donald Trump pode ter algum impacto no Brasil? Entenda

Brasil pode aproveitar o cenário como estratégia comercial, porém, pode se prejudicar caso seja taxado pelo país norte-americano

Internacional|Beatriz Oliveira*, do R7, em Brasília

Entenda como tarifaço de Trump pode afetar a economia brasileira Alan Santos/PR - 28.06.2019

O recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acabou criando uma guerra tarifária após impor tributos de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México, e de 10% sobre produtos chineses.

Essa postura econômica não é surpresa para a comunidade mundial, tendo em mente seu primeiro governo e as promessas feitas durante a campanha eleitoral para as eleições do ano ado.

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Em retaliação, a China anunciou que vai aplicar uma tarifa de 10% a 15% em petróleo, gás natural, maquinário agrícola e outros itens originados nos EUA.

Por outro lado, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, prometeram ações para conter a entrada de imigrantes nas fronteiras, o que fez o republicano congelar a tributação por um mês.


Com as últimas repercussões, ainda existe incerteza em relação aos próximos os do presidente norte-americano, e o Brasil tem interesse nos desdobramentos desse conflito por ter os Estados Unidos como um dos maiores parceiros no comércio internacional.

Para especialistas consultados pelo R7, não há indícios concretos de que o Brasil esteja no alvo da taxação, pois os EUA são superavitários na balança comercial. Ou seja, eles vendem mais produtos para o Brasil do que compram.


O diretor de relações governamentais e comércio internacional da BMJ Consultores Associados, José Pimenta, afirma que esse posicionamento reflete a declaração de Trump de que o Brasil depende mais dos EUA do que o contrário. Entretanto, ele pontua que o país pode entrar na mira caso a pauta avance.

Oportunidade comercial

Mesmo em um panorama incerto, estudiosos avaliam que o Brasil pode aproveitar o “tarifaço” e se posicionar de forma estratégica no mercado. O advogado e especialista em direito tributário Carlos Crosara projeta que, com a sobretaxação, pode haver um déficit de produtos fornecidos pelo Canadá e México, e o Brasil pode se inserir para suprir o aumento dessa demanda.


O país poderia exportar produtos semelhantes ou até melhores do que os mexicanos e canadenses, com uma tributação mais baixa. Dessa forma, o Brasil poderia se beneficiar dessa situação, tornando-se uma alternativa competitiva no mercado internacional, pelo menos por enquanto.

(Advogado e especialista em direito tributário Carlos Crosara)

Para o CEO da Sinergy Advisors, estrategista e arquiteto em desenvolvimento de negócios, Gustavo Valente, a guerra comercial deve ser vista como positiva e estratégica para incentivar o desenvolvimento de cadeias produtivas locais e reduzir a dependência em importações. Por exemplo, a produção brasileira de hidrogênio verde tem destaque, mas depende de tecnologia do exterior.

O Brasil poderia encarar isso como oportunidade para desenvolver fornecedores locais para o setor, como sugere o especialista.

Pela avaliação de Pimenta, a longo prazo, o país também pode aproveitar o acordo recém-firmado do Mercosul com a União Europeia para diversificar fontes de suprimento e o destino de suas importações. Já a curto prazo, discussões existentes para ampliar e criar acordos bilaterais de comércio com México e Canadá podem representar janelas de oportunidade únicas.

“Em 2016, no primeiro mandato Trump, o Brasil viveu um ‘boom’ de crescimento de exportações de commodities agrícolas, algo que pode ser vivido novamente, caso bem aproveitado”, afirma.

Brics fortalecido

Ao serem questionados sobre o estado dos Brics em meio à guerra comercial, os especialistas indicaram que há a possibilidade de o grupo se fortalecer a partir da postura isolacionista de Trump em relação aos países do bloco Norte.

Valente destaca o crescimento da China como oportunidade para consolidar os Brics a partir da diversificação de parceiros comerciais e relações mais intensas com os outros membros do bloco econômico.

A China vem exercendo uma função de credora global, socorrendo diversos países que tomam endividamento com instituições chinesas, e com isso amplia sua influência em diversos países, ocupando o papel que tradicionalmente é feito pelos EUA e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

(Estrategista e arquiteto em desenvolvimento de negócios Gustavo Valente)

Desde 2023, os países do bloco (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Indonésia, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes) têm debatido acerca do uso de uma moeda alternativa ao dólar para transações financeiras entre os integrantes.

Trump reagiu e ameaçou tarifá-los em 100% caso criassem uma moeda única.

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