Empresas de brasileiro investigado pela PF movimentaram R$ 15 bilhões entre 2019 e 2023
Corporação apura suposta lavagem de dinheiro; Justiça também autorizou bloqueio de bens, que podem chegar a R$ 650 milhões
São Paulo|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

As empresas do principal investigado pela PF (Polícia Federal) por um suposto esquema de lavagem de dinheiro teriam movimentado cerca de R$ 15 bilhões entre 2019 e 2023 (veja imagens abaixo). A corporação apura se o grupo utilizou moedas digitais e casas de apostas estrangeiras para transferir as quantias para o exterior. Os agentes fizeram buscas em cinco endereços ligados aos investigados nesta quarta-feira (7). A Justiça também autorizou o bloqueio de bens e valores em contas bancárias, que podem chegar a R$ 650 milhões.
Segundo a PF, os investigados atuavam na intermediação de pagamentos vinculados a casas de apostas e plataformas de investimento. "As remessas de dinheiro ao exterior se davam, em sua maior parcela, de maneira informal ou irregular, via dólar-cabo [troca não oficial da moeda estrangeira, geralmente envolvendo dinheiro ilícito] ou mercado de criptoativos. O grupo mantinha um fundo estrangeiro responsável pela compensação remota de pagamentos no exterior."
As empresas do principal investigado pela PF (Polícia Federal) por um suposto esquema de lavagem de dinheiro, teriam movimentado cerca de R$ 15 bilhões entre 2019 e 2023
As empresas do principal investigado pela PF (Polícia Federal) por um suposto esquema de lavagem de dinheiro, teriam movimentado cerca de R$ 15 bilhões entre 2019 e 2023
As buscas aconteceram em Curitiba (PR), Campinas (SP) e São Paulo (SP). As medidas foram expedidas pela 22ª Vara da Justiça Federal em Porto Alegre. "[A operação] têm como foco pessoas que auxiliavam nas rotinas financeiras das operações, notadamente por fraudes cambiais", disse a PF.
Para os investigadores, o grupo criou processos de envio "informal de dinheiro ao exterior e de lavagem de dinheiro". O principal alvo mora em Montevidéu, capital do Uruguai, e o suposto esquema contaria com pessoas no Brasil, na Argentina e na Espanha. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
As empresas que não tinham uma ligação direta com a organização eram utilizadas na movimentação dos valores para burlar os sistemas de controle de bancos e instituições financeiras. Os investigadores suspeitam que essa parte do esquema servia para a lavagem dos valores.