‘Bolsonaro tem que estar no banco dos réus’, diz Gleisi após denúncia da PGR
Ex-presidente foi denunciado por suposto envolvimento em tentativa de golpe de Estado
Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), comemorou, nesta quarta-feira (19), a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. Bolsonaro foi denunciado junto com outras 33 pessoas.
“Defendemos o devido processo legal, que só vai ocorrer porque Bolsonaro não é presidente, porque, se fosse, não teríamos garantia de devido processo legal para nada nesse país. Ele [Bolsonaro] tem que estar no banco dos réus”, disse Gleisi em entrevista coletiva da ala governista na Câmara dos Deputados.
LEIA MAIS
Para a parlamentar, a denúncia “expõe” o processo que se desenhou entre março de 2021 e 8 de janeiro de 2023. Além disso, Gleisi destacou que a finalidade de todo o planejamento era impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Interessante é que atores deixaram gravados em todos os momentos os os que tomaram, seja por bilhete, mensagens do WhatsApp ou por áudios gravados. Fica claro que a intenção era não deixar Lula ser presidente do Brasil, impedir que ele ganhasse a eleição e que fosse diplomado”, prosseguiu a presidente do PT.
Ela comentou, ainda, a afirmação da PGR de que Bolsonaro sabia do suposto plano para matar Lula, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). Conforme a procuradoria, Bolsonaro deu aval para trama.
“É estarrecedor saber em detalhes que Bolsonaro foi consultado sobre o plano para matar o presidente Lula, Alckmin e Moraes. Ele anuiu com isso. Estamos diante de um fato muito grave contra a democracia e ao Estado democrático de direito”, observou.
Por fim, Gleisi e os demais deputados governistas repudiaram a ideia de aprovar o projeto de lei que anistia os condenados pelos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. Uma proposta tramita na Câmara, sendo capitaneada por Bolsonaro.
“Esse fato da denúncia enterra essa campanha farsesca da anistia. Não tem anistia para nenhum deles e nem anistia para aqueles que se envolveram no 8 de Janeiro”, concluiu.
A ala governista ainda citou a possível prisão do ex-presidente e comemorou a possibilidade de o Judiciário condenar pessoas envolvidas em tentativa de golpe de Estado.