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‘Quase todos gays’: ex-seminarista detalha em livro jogo de sedução e assédio dentro da Igreja Católica

Obra reúne relatos de relações sexuais no clero; autor relata ter sofrido ameaças após publicação

Cidades|Do R7, em Brasília

Brendo Silva autografa livro 'A Vida Secreta dos Padres Gays' Divulgação/Editora Matrix

A rotina de bastidores da Igreja Católica é o tema central do livro A Vida Secreta dos Padres Gays, lançado em 13 de maio.

Nele, o ex-seminarista Brendo Silva, 33 anos, narra experiências pessoais e, sobretudo, destaca relatos de membros do clero sobre vivências sexuais e relações veladas, em um ambiente onde o celibato é regra, mas nem sempre prática.

Em entrevista ao R7, ele revela ter tido relações com um bispo entre 2016 e 2017. O religioso atuou no Amazonas e, antes disso, em uma paróquia no interior paulista.

O encontro começou, segundo ele, com um convite casual via redes sociais. “Nos encontramos na praça da República, em São Paulo. Almoçamos e, ao longo da conversa, o tom foi mudando. Acabamos em um quarto de motel”, relata.


Silva descreve também episódios de assédio dentro da estrutura eclesiástica. Conta que um orientador usava conversas sobre sexualidade como pretexto para abordagens mais íntimas.

“Ele me chamava ao quarto com desculpas para emprestar livros. Aos poucos, fomos nos envolvendo sexualmente, mas havia sempre um olhar de desprezo, como se houvesse raiva na relação.”


Silva viveu sete anos em seminários. Afirma que, logo nos primeiros meses de formação, percebeu que boa parte dos colegas e superiores levavam uma vida dupla.

“Entre os 11 seminaristas da minha turma, tive relações com cinco”, conta. Ele diz ainda que um dos padres responsáveis pela turma era “claramente gay”.


Memórias e entrevistas

A obra, segundo o autor, mistura memórias com entrevistas e pesquisas sobre sexualidade dentro da Igreja. “Quase todos os entrevistados são gays. Não escrevi por revolta, mas para enfrentar a superficialidade com que o tema é tratado”, afirma.

Com o livro, Brendo diz que pretende forçar a Igreja a encarar um debate necessário. “Meu alvo é a hipocrisia. A estrutura precisa discutir de forma honesta como lida com moral, sexualidade e poder.”

Silva relata situações que, segundo ele, iam além de relações consensuais entre seminaristas. “Presentes, convites e favores formavam uma rede de sedução movida por interesses e hierarquia, uma prostituição velada mantida com naturalidade no meio religioso.”

Ex-seminarista recebeu ameaças

Após o lançamento, o autor relata ter recebido ameaças pelas redes sociais.

“São centenas de mensagens com xingamentos e intimidações. Fiz boletim de ocorrência e sigo com medo, mas não vou recuar”, afirma.

Em uma publicação recente, Brendo disse estar disposto a revelar nomes.

“Se me acontecer algo, deixo claro quem serão os responsáveis. Entre os envolvidos, há pessoas com cargos importantes em diversas regiões do país.”

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