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Fósseis de dinossauros podem ser a chave para o tratamento do câncer em humanos; entenda

Estudo revela que estruturas semelhantes a glóbulos vermelhos em fósseis podem oferecer pistas sobre evolução da doença

Internacional|Do R7

Estruturas que se parecem glóbulos vermelhos foram encontradas dentro de fósseis de dinossauros Divulgação/Universidade Anglia Ruskin (ARU)

Imagine que um dinossauro que viveu há mais de 66 milhões de anos pode ajudar os cientistas a descobrirem maneiras de combater o câncer em humanos. Parece coisa de filme, mas é exatamente isso que um estudo recente, publicado no último dia 20 na revista Biology, está sugerindo.

Pesquisadores das universidades Anglia Ruskin (ARU) e Imperial College London, ambas no Reino Unido, estão usando fósseis de dinossauros para entender melhor como o câncer surgiu e evoluiu, o que pode abrir portas para novos tratamentos.

O dinossauro no centro dessa história é o Telmatosaurus transsylvanicus, um herbívoro com bico de pato que viveu na região que hoje é a Romênia, entre 66 e 70 milhões de anos atrás. Ele era conhecido como “lagarto do pântano” por causa do ambiente onde foi encontrado, a Bacia de Hateg.

Mas o que realmente chamou a atenção dos cientistas foi algo muito pequeno dentro dos ossos desse dinossauro: estruturas que parecem glóbulos vermelhos, as células que carregam oxigênio no sangue.


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Como eles descobriram isso?

Os pesquisadores usaram uma técnica chamada paleoproteômica, que analisa moléculas antigas. Com a ajuda de um microscópio eletrônico de varredura (MEV), eles conseguiram enxergar detalhes minúsculos nos ossos fossilizados.

Essas estruturas, que lembram glóbulos vermelhos, mostram que tecidos moles — como músculos, vasos sanguíneos e até células — podem ficar preservados em fósseis por milhões de anos, muito mais do que se imaginava antes.


E o que isso tem a ver com o câncer?

A grande surpresa veio quando os cientistas descobriram que esse mesmo dinossauro tinha um tumor na mandíbula, chamado ameloblastoma, que também aparece em humanos, embora seja benigno (não se espalha pelo corpo).

Essa descoberta começou em 2016, quando o oncologista Justin Stebbing, da ARU, leu sobre o fóssil com tumor e decidiu investigá-lo. “Quero pegar esse tumor e ver o que podemos aprender com ele”, disse ele à sua equipe, segundo Biancastella Cereser, especialista em câncer do Imperial College, que conversou com o jornal britânico The Independent.


O estudo mostrou que, ao analisar proteínas preservadas nos tecidos moles dos fósseis, é possível encontrar pistas sobre como o câncer funcionava em criaturas tão antigas.

As proteínas, que são mais resistentes que o DNA, guardam informações sobre como o corpo dos dinossauros lidava com doenças. Isso é importante porque dinossauros, como o Telmatosaurus, eram animais grandes e que viviam muitos anos, características que os tornavam mais propensos a desenvolver câncer, assim como acontece com humanos.

Por que isso é importante para nós?

Estudar o câncer em dinossauros pode nos ajudar a entender como ele evoluiu ao longo de milhões de anos. Os cientistas querem saber, por exemplo, como algumas espécies conseguiam resistir a tumores.

Essas respostas podem inspirar novos tratamentos para humanos. “Nossa pesquisa é como montar um quebra-cabeça. Cada peça nos ajuda a entender melhor os blocos de construção do câncer”, disse Stebbing.

O que vem pela frente?

Para que mais descobertas como essa aconteçam, os cientistas pedem que os fósseis sejam preservados com cuidado, especialmente os tecidos moles, que guardam informações valiosas.

Hoje, muitos fósseis coletados são apenas ossos, mas os tecidos moles podem ser a chave para avanços na pesquisa. “Precisamos garantir que os fósseis certos cheguem aos cientistas do futuro”, destaca Stebbing.

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